Afipea inicia campanha contra extinção de cargos
Quem chega a Brasília pelo Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek vai poder conferir a nova campanha da Afipea contra o Decreto 9.262, que extinguiu 60,9 mil cargos públicos, incluindo mais de uma centena no Ipea.
“Precisamos deixar claro que essa medida não foi bem planejada: tratou carreiras diferentes como uma coisa só, criou uma série de problemas para o futuro de vários órgãos públicos e nem ao menos economizará dinheiro”, explica o presidente da Afipea, Alexandre Cunha.
Para a Afipea, o Decreto 9.262 foi uma medida unilateral e inesperada de má-fé do governo federal, por meio do Ministério do Planejamento, pois havia uma mesa de negociações aberta para debater eventuais fusões de cargos, mas não extinções. A última contraproposta da Afipea havia sido entregue no dia 14 de novembro, e não houve sequer uma resposta.
“É um desrespeito com os servidores. É um desrespeito ao classificá-los como dispensáveis, inúteis. Inútil é quem não sabe fazer um planejamento adequado”, afirma Alexandre Cunha. “Acreditamos que o diálogo é uma condição básica para haver uma relação de respeito e cooperação entre servidores e o governo federal”, completa.
A Afipea defende que todos os servidores e servidoras são fundamentais para a prestação de serviços públicos de qualidade para a sociedade brasileira. No caso especifico do Ipea, órgão que há mais de 50 anos tem sido fundamental para entender as grandes questões nacionais, a entidade defende que a os vários cargos e carreiras devem ser tratados como um conjunto de atividades complementares, não sendo possível reduzir o Instituto apenas às atividades dos Técnicos de Planejamento e Pesquisa.
O Decreto foi publicado no dia 9 de janeiro, porém valerá a partir de 21 de março. Na prática, o principal efeito será no futuro: não haverá novos concursos par substituir servidores de cargos extintos, desfalcando os órgãos.
A campanha conta ainda com o apoio do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate).