Jornal destaca mobilização em defesa do Ipea

Jornal destaca mobilização em defesa do Ipea

Com o título “Ipea: servidor contra divisão“, uma reportagem do jornal Correio Braziliense destacou a mobilização dos servidores do órgão contra a proposta de desmembramento.

Publicada no último sábado (9/6), a matéria destacou que a proposta incluída na Medida Provisória 821/2018 envolve retirar 175 servidores do Ipea, que hoje já funciona com apenas 236 dos seus 648 cargos ocupados.

“É uma tentativa de esquartejamento, pela retirada de recursos humanos, financeiros e patrimoniais do órgão”, disse à reportagem Roberto Gonzalez, presidente interino da Afipea. Ele destacou que em cinco anos o Ipea perdeu metade do seu orçamento.

O Correio Braziliense destacou também o apoio do Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate) à luta contra a proposta de desmembramento do Ipea.

A Medida Provisória deve ser votada nesta terça-feira (12/6) na Câmara dos Deputados, e a Afipea convocou uma mobilização a partir das 16 horas na entrada do Anexo 2 da Câmara dos Deputados.

Entidades também apoiam

O Conselho Federal de Economia (Cofecon) e o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) também divulgaram notas apoiando a mobilização da Afipea contra o desmembramento do Ipea.

O Sinal chamou a atenção para o precedente de haver mudanças do tipo sem diálogo. “Medidas de natureza arbitrária como esta acionam o alerta para a categoria, nos diversos setores da Administração Pública. (…) Alterações estruturais desta magnitude não podem estar desatreladas de um ambiente de diálogo amplo, em especial no que se refere a órgãos de tamanha importância estratégica para o Estado brasileiro”.

Clique para ler a nota do Cofecon

Clique para ler a nota do Sinal

Leia abaixo a reportagem do Correio Braziliense:

Ipea: servidor contra divisão

Vera Batista

Servidores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) farão manifestação em frente à Câmara dos Deputados, na próxima terça-feira, contra a Medida Provisória (MP 281/2018). A MP cria o Ministério Extraordinário da Segurança Pública (Mesp). Porém, segundo Roberto Gonzalez, presidente da Associação dos Funcionários (Afipea), “sem discussão alguma” foi incluído no texto um “jabuti” para desmembrar o Ipea. O instituto é o responsável pela publicação anual do Mapa da Violência.

“É uma tentativa de esquartejamento, pela retirada de recursos humanos, financeiros e patrimoniais do órgão”, contou Gonzalez. A previsão é de que sejam deslocados 100 servidores: 50 técnicos de planejamento e pesquisa (salários entre R$ 18 mil e R$ 25,7 mil mensais), 25 técnicos de desenvolvimento e administração (R$ 15,5 a R$ 21,8 mil) e 25 auxiliares (R$ 6,7 a R$ 9,9 mil). O Ipea tem 236 servidores ativos – além de 47 cedidos – e 412 cargos vagos, que poderão ser reativados agora para ocupar as vagas do Mesp. O Instituto, contou Gonzalez, nos últimos cinco anos, perdeu metade do orçamento e conta com menos de R$ 50 milhões para as despesas.

O debate contra o desmembramento recebeu o apoio do Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate). “Vamos levar o assunto para a reunião da próxima terça-feira. A criação do novo instituto não aponta sequer a viabilidade técnica. O governo está fazendo uma gestão por espasmos”, destacou Rudinei Marques, presidente do Fonacate.

Por meio de nota, o Mesp informou que “a MP prevê tudo isso, mas nada será feito sem a participação e o entendimento com o Ipea”. E a Afipea destacou que vai lutar pela supressão do dispositivo incluído na MP 821/2018, que desmembra o órgão.