Ipea tem déficit de 647 servidores
Responsável por análises econômicas e por estudos como o “Atlas da Violência”, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sofre com a falta de servidores. O órgão tem atualmente 348 servidores e 647 cargos vagos, um déficit de 65%. O último concurso foi realizado há 12 anos.
O concurso de 2008 elevou o número de servidores de 547 para 632, mas desde 2014 a situação já está pior que a identificada antes do concurso. Outro problema é o envelhecimento: a média de idade é de 52 anos e 23% dos servidores já receberam Abono de Permanência, isto é, já têm o direito reconhecido de se aposentarem.
O levantamento é do Lucas Benevides, servidor do Ipea e diretor da Associação dos Funcionários do Ipea (Afipea). “Por mais que saibamos que dificilmente será recomposta integralmente a força de trabalho de outrora, o número está muito discrepante e os servidores sentem a falta de pessoal. Para evitar a morte do órgão por inanição, é essencial recompor a força de trabalho por concurso público”, opina.
O servidor defende que contratações de bolsistas ou de pessoal terceirizado não é o ideal para resolver o problema. “São necessários servidores para planejar, preparar, efetivar, fiscalizar e gerir os contratos. A concessão de bolsas de pesquisa também não supre as necessidades permanentes do órgão, haja vista que trata-se de um vínculo temporário, de alta rotatividade e que carece de coordenação por parte de servidores”, argumenta.