Celso Furtado: os combates de um economista
“Há momentos na vida dos povos em que a falta mais grave dos membros da intelligentsia é a omissão. A ofensiva que visa a vacinar a nova geração contra todo pensamento social que não seja inspirado pela lógica dos mercados – portanto, vazio de visão histórica – já convenceu a grande maioria da inocuidade de toda tentativa de resistência. Interrompida a construção de um sistema econômico nacional, o papel dos líderes atuais seria o de liquidatários do projeto de desenvolvimento que cimentou a unidade do país e nos abriu uma grande oportunidade histórica.
Resistir à visão ideológica dominante seria um gesto quixotesco, que serviria apenas para suscitar o riso da plateia, quando não o desprezo do seu silêncio. Mas como desconhecer que há situações históricas tão imprevistas que requerem a pureza de alma de um Dom Quixote para enfrentá-las com alguma lucidez? E como a história não terminou, ninguém pode estar seguro de quem será o último a rir ou a chorar”.
Celso Furtado, em Brasil: a construção interrompida
A Associação Brasileira de Economistas pela Democracia, com o apoio da Afipea, lança hoje, data do centenário de Celso Furtado, o livro “Celso Furtado: os combates de um economista“.
O livro pretende descortinar a atualidade do pensamento de Celso Furtado em seu centenário, ancorado na perspectiva de um Brasil mais justo, humano, democrático, equitativo e soberano.
Apresentado em quatro partes, o livro “Celso Furtado: os combates de um economista” recebeu a colaboração de Mário Theodoro, Rosa Freire d’Aguiar, Saturnino Braga, Glauber Carvalho, Clélio Campolina Diniz, Luciano Coutinho, Luiz Gonzaga Belluzzo, Carlos Brandão, Antônio Corrêa de Lacerda, Júlio Manuel Pires, Nelson Le Cocq, Rubens Sawaya, Ricardo Bielschowsky, José Cassiolatto, Helena Lastres, Luise Villares, Sérgio Kapron, Danilo Fernandes, Harley Silva, Valcir Santos, Leonardo Guimarães, Tânia Bacelar, André Martins, Maria da Conceição Tavares e Sérgio C. Buarque.