Afipea participa de ato em defesa do Fundo Amazônia
A Afipea participou nesta terça-feira (4 de junho) do ato contra mudanças no Fundo Amazônia, realizado em frente à sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro do Rio de Janeiro (RJ). Cerca de 500 pessoas participaram da manifestação convocada pelas associações dos funcionários do BNDES e do Ibama. A Afipea esteve presente para defender a autonomia técnica dos servidores e a política ambiental.
Houve discursos de técnicos do BNDES, representantes de ONGs como o Observatório do Clima e do ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc). Seus antecessores no cargo, Marina Silva e Rubens Ricupero, não foram ao ato, mas enviaram cartas de solidariedade, lidas ao público. “Eles querem desfigurar a composição harmônica do fundo, para que vire uma espécie de carimbador das decisões deste governo, que nem sequer acredita em mudança climática ou preservação”, disse o ex-ministro Carlos Minc em entrevista.
A manifestação foi contra o fato de o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pretender modificar a estrutura de governança do Fundo Amazônia e também não manter diálogo com os servidores. Um dos principais pontos é a reestruturação do Comitê Orientador (Cofa), que toma as decisões sobre a aplicação de valores em projetos de economia sustentável e políticas antidesmatamento. Entre outros objetivos, o ministro já manifestou interesse em destinar recursos do Fundo para custear indenizações a donos de propriedades privadas que viviam em áreas de unidades de conservação e aumentar o número de representantes do governo no Fundo Amazônia, reduzindo a representação do terceiro setor.
Dois técnicos do fundo disseram que o ministro não convocou nenhuma reunião do Cofa neste ano e que ao menos cinco projetos preparados nem foram avaliados pela direção do BNDES. “O que está acontecendo é o livro-texto da ingerência política na ala técnica do banco e do fundo”, disse Arthur Koblitz, vice-presidente da Associação de Funcionários do BNDES.