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Avança diálogo sobre mudança para nova sede do Ipea e regras de teletrabalho
Começaram os trabalhos de adaptação da nova sede do Ipea em Brasília. O edifício Brasília 50, localizado na SEPS 702/902, já começou ser preparado para receber os servidores. Em reunião virtual aberta à toda a comunidade do Ipea, Afipea reiterou pedido para integrar grupos de trabalho diretamente envolvidos com a mudança e adequações para a nova sede em Brasília. Essa nova solicitação foi realizada na manhã desta terça-
feira, 22 de setembro, durante reunião aberta online que reuniu membros da Diretoria de Desenvolvimento Institucional (DIDES) do Ipea e servidores do órgão.
“Nessa discussão do layout seria importante a Afipea participar, pois é diferente de contratos e outras formalidades”, opinou a servidora Luciana Mendes. A preocupação é que decisões tomadas agora, sem amplo envolvimentos dos servidores, acabem impedindo futuras adaptações. Pedro Miranda lembrou que tem sido relatados alguns problemas com a mudança de sede no Rio de Janeiro, já realizada. Como exemplo, foi citado por Cláudio Kobota que a definição de instalação de um ar-condicionado em determinado local pode acabar impedindo desde já uma mudança futura no layout.
O atual planejamento da diretoria do Ipea prevê a reserva de seis a nove metros quadrados para cada servidor. Coordenadores terão nove metros quadrados. Coordenadores gerais ficarão com 20 metros quadrados. Diretores e o presidente terão um espaço de 25 metros quadrados. Pelo projeto ainda em mente, os pesquisadores deverão utilizar salas compartilhadas, e os membros das equipes devem trabalhar em espaços desenvolvidos de acordo com o conceito de open space.
A proposta de open space foi criticada pelo servidor André Calixtre: “Pode até servir para setores administrativos, mas é um desastre para atividades que envolvem concentração individual. O ideal seria adaptar o espaço das diretorias finalísticas com garantia de espaço individual de trabalho para os técnicos, inclusive reduzindo o espaço de diretores e coordenadores gerais”. Em seguida, apontou a sede da Cepal no Chile como um modelo a ser seguido.
A servidora Tatiana Dias também apresentou sugestões: “Seria importante que as salas eventualmente compartilhadas pela área de pesquisa tivessem divisórias completas e não divisórias baixas, estilo open space. Mesmo que sejam salas coletivas, com divisórias até o teto e porta, para garantir o mínimo de silêncio e concentração.”
Também foram apresentadas preocupações com as condições da nova sede no cenário da pandemia de Covid-19: “As janelas abrem? Os servidores ficarão mais próximos as janelas? Haverá controles de contágios futuros com a equipe de saúde que hoje atua no Ipea? Enfim, essas e outras questões têm relação com o papel e a atuação da Afipea”, ponderou Luciana Mendes. “Temos uma oportunidade de mudança já no cenário de pandemia e que
provavelmente irá acontecer novamente no futuro. Se não pudermos agora instalar um ar com filtro, quando o faremos? A crise, hoje, para nós, especificamente tratando de espaço de trabalho, é uma oportunidade. Temos que abrir mentes e não apenas janelas”, completou Renato Balbim.
A equipe da DIDES liderada por Manoel Rodrigues Júnior esclareceu o trabalho feito até o momento, os fatores limitantes e a necessidade de que as alterações no edifício sejam aprovadas pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), que tem diretrizes para o planejamento da ocupação do prédio. Manoel Junior ressaltou que essa será a primeira vez, em 50 anos, que o Ipea terá uma sede própria – ainda que 63% do imóvel sejam da União e
37% do Instituto. Ainda assim, o grande ganho será no orçamento anual: 10 milhões de economia por ano em aluguel em Brasília, e mais 2 milhões anuais já economizados com a mudança de sede no Rio de Janeiro.
O diretor ressaltou que hoje o trabalho desenvolvido é o planejamento da migração de áreas como Tecnologia da Informação e Biblioteca. Há planos, também, para um trabalho interno a respeito da futura ocupação do prédio pelas demais áreas do Ipea, visto que vários servidores têm até bibliotecas particulares em suas salas.
O presidente da Afipea, José Celso Cardoso Jr., disse que o encontro foi válido para apresentar esclarecimentos, mas que ainda há muitas questões em aberto: “Vale muito a pena buscar soluções que possam compatibilizar a ocupação do novo espaço com as diversas realidades, como trabalho parcial e sistema de rotação.” “Nós temos tempo e ideias a oferecer. É um processo de construção coletiva que daqui para frente tem que ser estreitada”, finalizou com otimismo.
Teletrabalho
O diretor da DIDES afirmou que a produtividade do Ipea aumentou durante o período de teletrabalho e que tal informação foi passada ao Ministério da Economia. Agora, a diretoria trabalha para apresentar, em 30 dias, as normas para o teletrabalho como modalidade permanente e opcional após o período mais crítico da pandemia. Protocolos de segurança sanitária para a volta gradual ao trabalho presencial também foram objeto da reunião.
Mas ainda não há previsão por uma volta repentina a um trabalho presencial de todos. Hoje, a área de Tecnologia da Informação já está estudando a definição do sistema de monitoramento e controle a ser adotado. Manoel Júnior complementou que os contratos de serviços devem ser renegociados para envolver o teletrabalho.