Afipea vem a público repudiar a violência a que tem sido submetidos a professora da UnB Débora Diniz e o pesquisador do Ipea Marcelo Medeiros

Afipea vem a público repudiar a violência a que tem sido submetidos a professora da UnB Débora Diniz e o pesquisador do Ipea Marcelo Medeiros

A Associação dos Funcionários do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Afipea) vem a público repudiar a violência a que tem sido submetidos a professora da UnB Débora Diniz e o pesquisador do Ipea Marcelo Medeiros.

Desde a publicação da primeira Pesquisa Nacional de Aborto em 2010 (repetida em 2016), ambos vêm sofrendo uma variedade de agressões verbais e ameaças, tanto por meio eletrônico e mídias sociais quanto por ligações telefônicas. Tais agressões recrudesceram recentemente, após o anúncio da participação de Débora Diniz em audiência pública no STF sobre a descriminalização do aborto, prevista para agosto próximo – o que a levou a registrar ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, conforme noticiado no Correio Braziliense em 4 de julho último.

A Afipea se solidariza com ambos os pesquisadores e parabeniza os seus esforços em produzir dados objetivos sobre a prática do aborto, que pode afetar até uma em cada cinco mulheres no país. As contribuições dessas pesquisas foram e são fundamentais para embasar as políticas de saúde para as mulheres no Brasil.

Os achados de qualquer pesquisa podem sempre ser contestados no âmbito do debate científico, assim como os posicionamentos e proposições de ação defendidas pelos pesquisadores estão sujeitos às críticas e ao contraditório próprio da esfera política. Mas nada justifica que, em nome da oposição à descriminalização do aborto, qualquer pessoa ameace a vida e a liberdade de quem estuda o tema, ou mesmo de quem se manifeste a favor dele.
A Afipea se junta a várias outras entidades, entre elas a Associação dos Docentes da UnB e a Fiocruz, ao denunciar essa violência persistente, que afronta a todos nós.